04 Nov Os pais, os filhos e a escola
Eis que chega Novembro e o início das aulas já lá vai há um mês e meio! Nesta altura, pais e filhos, andam preocupados com os testes. Mas quem será que se preocupa mais com os testes? Os pais ou os filhos?
Os pais levam as crianças à escola, porque além de serem obrigados legalmente, querem que os seus filhos um dia sejam “alguém na vida”, que sejam melhores do que o que eles são, mais bem sucedidos e com melhores condições profissionais e económicas. Mas calma pais! As crianças, sem voto na matéria, pegam na mochila que lhes põem às costas, carregada de cadernos e livros, e vão para a escola, uns contentes, uns assim assim e outros contra vontade.
Os testes são a forma de pôr à prova os conhecimentos adquiridos pelos alunos durante as aulas. Justo ou injusto estes têm de ser realizados! Há sempre um nervosismo e ansiedade em torno dos testes, nuns casos são os filhos que ficam nervosos e ansiosos e noutros sãos os pais. Os filhos ficam nervosos porque não querem ter más notas, porque não gostam de falhar, porque querem mostrar o que valem e porque querem chegar a casa e mostrar uma boa nota. Os pais ficam nervosos quando sabem que os filhos não estudam e não estão atentos às aulas, sabem à partida que o teste vai correr mal! E aqui começa a dor de cabeça dos pais!
Mas porque não estão os filhos atentos às aulas?
Todos os dias é necessário ver se a mochila está feita, ver se não há trabalhos de casa por fazer, saber se o seu filho não esteve atento, ou se foi mal educado. E aí começa a confusão e a gritaria dentro de casa! Tens de estudar, tens de estar atento, tens de te portar bem se não ponho-te de castigo! E será que estas crianças se importam de ser castigadas?
A primeira coisa a fazer é perceber o porquê da indiferença destas crianças perante a escola, se há realmente dificuldades de aprendizagem ou se há um conjunto de problemas à sua volta que a fazem não ter vontade de aprender. As dificuldades de aprendizagem podem ser trabalhadas com a ajuda dos mais variados profissionais, que estão ao dispor na escola e fora dela, professores, psicólogos, orientadores e explicadores. Nesta situação pais, filhos e profissionais têm de trabalhar juntos e incansavelmente para vencerem as dificuldades. Já se a criança está rodeada de problemas familiares, que não foram provocados por ela, mas que a afetam diretamente é necessário que os pais pararem um pouco das vidas agitadas de hoje e pensem no que devem mudar nas suas vidas para que os problemas não afetem a aprendizagem dos seus filhos.
E quando o problema é na escola? Neste caso é necessário conhecer, e identificar os problemas da escola ou com a escola. Se são os colegas, se são os professores, se é a escola, se é o meio de transporte, ou se não é nada disso!
Pais ouçam os vosso filhos, conversem com eles, digam-lhes aquilo que pensam ser o melhor e por mais exaustos que estejam nunca deixem de lhes mostrar quando estão errados. Castiguem-nos se os tiverem que castigar. Se eles não souberem distinguir o bem do mal nunca vão perceber que estudar faz parte do bem. Quando se sentirem sem forças e sem recursos usem e abusem dos profissionais que têm nas escolas e que vos podem ajudar a ajudar os vossos filhos. E quando não for suficiente, e vos for possível, recorram a profissionais fora da escola.
Nunca desistam, o caminho é longo, mas compensa!
Um texto de Joana Castro, a engenheira civil, que constrói educação.
No Comments